sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Salvo pela Sul-Americana

Por Tafael Medeiros



Foi assim o final de ano do Internacional, um time que iniciou a temporada de 2008 com um surpreendente 8 a 1 no rival Juventude, conquistando o 38º título gaúcho, termina como o primeiro brasileiro a ganhar a Sul-Americana, desbancando o sempre perigoso Boca Juniors, que não perdia na Bombonera, em competições internacionais, há 5 anos e batendo o Estudiantes, que não perdia no seu estádio há 43 jogos.

Um final de ano perfeito? Não. Um time que tem uma folha de pagamento de R$ 3,2 milhões está no modesto 6º lugar no Campeonato Brasileiro e não tem mais chances de beliscar, nem se quer, uma vaga para a Libertadores 2009, ano em que o clube comemora 100 anos. O rival Grêmio, com uma folha aproximada de R$ 1 milhão, já conquistou vaga na Libertadores e chega à última rodada do Brasileiro com chances reais de conquistar o título nacional.

A esperança da Libertadores para o colorado se acendeu com a possível punição ao futebol do Peru, que tem 3 vagas na competição, mas apagou com a possível abertura da vaga brasileira para o 5º colocado do Campeonato Brasileiro e não para o campeão da Sul-Americana.

No mínimo falta de planejamento houve. Um clube com mais de 75 mil sócios, uma estrutura de Europa não pode ficar fora da busca por títulos esperando convite para disputar o principal torneio do continente.

Índio vai para o Al-jazira, time do campeão do mundo Abel Braga. Daniel Carvalho, promessa de retorno como nos velhos tempos, já disse que não fica. Alex, destaque no ano com convocações para a seleção não deve permanecer. Guiñazu, a melhor contratação dos últimos tempos deve receber propostas, já que quase foi embora na metade desse ano. Nilmar já está sendo assediado desde a metade do ano também.

A torcida terá que enfrentar um desmanche justamente no ano do centenário? Colorados devem esquecer o título intercontinental e começar a planejar 2009. Uma eleição se aproxima e a torcida escolherá se o atual presidente Vitorio Piffero continuará no comando ou se a oposição, liderada por Cláudio Bier, assumirá o clube em 2009.

Com o slogan “CAMPEÃO DE TUDO”, o certo é que o Internacional termina o ano como único brasileiro a ganhar todos os títulos possíveis. Isso dá moral para entrar em um ano tão importante como o de 2009.

Pagode: música brasileira com sotaque gaúcho

Por Bianca Bassani, Camila Jacques e Tafael Medeiros


É só andar por alguns minutos pelas ruas de Porto Alegre para encontrar algum amigo pronto para o pagode. Seja com um rebolo, um pandeiro ou um cavaquinho. Basta unir três ou quatro instrumentos para o som começar rolar.

Na verdade, o pagode não surgiu como um estilo musical e sim como um nome dado a festas que escravos realizavam em senzalas. Só mais tarde tornou-se sinônimo de reuniões regadas de alegria, bebida e cantoria. E com o passar do tempo o nome “pagode” foi se aproximando do gênero samba. Muitos consideram o grupo Fundo de Quintal, o primeiro do gênero no País.
Originário do Rio de Janeiro, esse ritmo tomou conta dos quatro cantos do Brasil, inclusive aqui no Rio Grande do Sul, conhecido nacionalmente por cultivar suas tradições.


Segundo o produtor Dodô Pinheiro, que acompanha o Grupo Zueira, a expansão nacional de bandas como Revelação e o Exaltasamba, influenciou a juventude e, com isso, outros grupos foram surgindo pelo Brasil.

Mesmo com o grande número de shows mensais, Dodô, como é conhecido no meio musical, ressalta a falta de incentivo dos empresários, apesar da alta receptividade do público gaúcho. “Temos muita inserção na capital e no interior, que abrem as portas para grupos que fazem sucesso no Estado. O problema está em quem nos contrata, pois sofremos com a falta de valorização, seja financeira ou de estrutura”, afirma Dodô. O produtor do Zueira conta, também, que os gaúchos ainda não estão no patamar dos pagodeiros que fazem sucesso em todo o Brasil. “As bandas de nível elevado têm uma estrutura muito melhor do que as demais, isso os ajuda bastante na carreira de sucesso desses músicos”.

Originado dos subúrbios do Rio de Janeiro, o pagode já está nas principais casas noturnas da capital Gaúcha e interior, que disponibilizam ao menos um dia da semana para a música que vem se destacando no sul do país. As quadras das escolas de samba e até o Pepsi on Stage, conhecido por receber grandes shows internacionais, abre espaço para os principais grupos de pagode do Brasil.

Anderson da Silva, estudante de Publicidade e Propaganda, conta que é assíduo freqüentador de casas noturnas adeptas ao pagode. “Costumo ir com os meus amigos e amigas. Os valores são acessíveis e é possível freqüentar tranqüilamente esses lugares. Gosto de dançar esse ritmo. É só o que toca no meu carro”, conta Anderson. Mesmo com essas facilidades o estudante ressalta que as casas podem tocar o mesmo ritmo, mas que têm públicos diferenciados.

“Costumo freqüentar lugares com um valor de entrada mais elevado, assim o público melhora em relação a lugares baratos. Isso é uma lógica difícil de ser alterada. Um bom exemplo é a Kimik, ótimo lugar para curtir um pagode nas quintas-feiras e o Café Moinhos e toca um pagode de qualidade as sextas”, afirma ele. Confira as principais casas noturnas de Porto Alegre que incentivam o pagode de qualidade. Os preços variam de R$10 a R$25.


Cord Night Club (Rua Casemiro de Abreu, 1223 e 1233) – às sextas-feiras e aos sábados;
Chalaça Bar (Praça Senador Alberto Pasquilini, 240) – às quintas-feiras e aos domingos;
Kimik (Plinio Brasil Milano, 137) – às quintas-feiras;
Café Moinhos (Rua Quintino Bocaiuva, 837) – às quartas-feiras e sextas-feiras;
Rose Place (Rua 24 de outubro, 948) – às terças-feiras.